quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O que está acontecendo com o mundo?

A cada dia fico mais irritado com o que vejo. É um número cada vez maior de pessoas que não se importam com ninguém além de si. O importante é se dar bem, os outros que se lasquem. E o pior é que se você reclama, o errado é você. Como foi que a situação ficou assim?
Todos os dias vejo no trânsito as maiores bárbaries possíveis. Alguns dias atrás um sujeito parou no meio da avenida para descarregar um passageiro. Não encostou na calçada, não deu pisca, apenas parou. Depois de 5 segundos (5 segundos, tive paciência de esperar isso), buzinei para o carro. O passageiro desceu do carro e me xingou. Ah, claro, errado sou eu que buzinei para o coitado, não ele que atrapalhou todo o trânsito da avenida. Atitudes como essa, que nem deveriam existir em uma sociedade dita organizada como a nossa, virou algo comum. A atitude correta só existe quando existe alguém para punir o infrator, nunca por respeito aos demais. Não há respeito ao próximo (nem ao distante), não há respeito ao mundo, não há respeito. A situação só aparenta piorar com o tempo. Onde vamos parar?

sábado, 8 de maio de 2010

É dito que quem canta seus males espanta. Se cantar mal, espanta quem está por perto também. E tenho dito.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Fragmentos

Não mais conseguia chegar.
Não tinha mais forças.
Não tinha mais vontade.
E no entanto, continuava lá.

Festejava quando via uma ilusão.
Destruia o mundo quando percebia a ilusão.
Ficava impotente.
E no entanto, continuava lá.

Reconstruia tudo.
Melhorava as coisas.
Visava o ideal.
E no entanto, continuava lá.

Encontrava os fantasmas do passado.
Lutava com todas as forças.
Era derrotado.
E no entanto, continuava lá.

Destruia tudo.
Desistia de tudo.
Tentava fugir.
E no entanto, continuava lá.

Continuava lá porque não podia ir embora.
Continuava lá porque não podia deixar os outros.
Continuava lá porque era sua escolha.
E quando percebeu, se libertou.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Desesperado, eu aguardo. Não sei mais o que fazer, me faltam coisas. Me falta tempo. Ah, se eu tivesse mais tempo, tudo poderia estar resolvido. Eu não estaria preso às limitações.
Será? Não, meu problema não é tempo. O mal que traz a essa situação e que me aflige de forma ferrenha é a indecisão. Por que tenho tamanha dificuldade em decidir algo tão simples? Medo. Medo de embrenhar-me novamente no tenebroso pântano escuro dentro de mim mesmo, e não querer sair de lá nunca mais.
Falta coragem para enfrentar minha dificuldade de peito aberto e saber lidar com a perda, caso ela chegue até mim. Para ter coragem, preciso de informações que nunca obterei, me deixando preso a esse remoinho de sentimentos, dores e angústias.
No meio disso tudo, me pergunto para onde foi minha personalidade.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Lembro-me bem de quando nos sentávamos nos bancos de pedra do parque e conversávamos. Ela me chamava de bobo, mostrava a língua e depois abria um sorriso que iluminava seu rosto, irradiando juventude. Aquele sorriso fazia nossa diferença de idade se expandir de maneira absurda. Ainda que eu me sentisse um velho perto dela, o sorriso iluminava meu coração, e paradoxalmente me fazendo sentir criança por dentro.
Tudo isso aconteceu a muito tempo e acabou de forma muito trágica, mas em alguns momentos lembro desses encontros como se fosse ontem, e deixo de lado a parte triste de história, me trazendo instantes de felicidade antes que a realidade me cubra com seu manto sombrio.

------------------------------------------------------------------------------------

Para Paula.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Vivendo no lugar que jurei nunca viver, fazendo que sempre sonhei fazer. Ainda estou em dúvida sobre o que pensar de tudo isso.
Andava na rua apressado, sabia que estavam atrás dele. Com certeza queriam roubar suas coisas, talvez até mesmo sequestrá-lo, roubar seus rins?! Não ousava correr, correr seria condenar a si mesmo, então só podia andar. Tentava olhar por cima do ombro, sem deixar isso muito visível, não podiam saber que ele os havia descoberto. No auge do desespero, cerrou os punhos, decidido a lutar até a morte se fosse necessário. Aproximando-se da esquina, na maior velocidade que ousava atingir, sentiu que os passos se aproximavam. É agora, pensou, vão me pegar. Faltavam apenas 10 metros e sem aguentar mais a pressão partiu em uma louca correria até o portão. Chegara em casa, estava salvo. Por enquanto.

Copyright Deborah Happ 2008